Bolivianos são descobertos trabalhando em regime de escravidão, na capital paulista

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Trabalho escravo

Vinte e nove bolivianos trabalhavam em regime de escravidão, em uma oficina clandestina, na Zona Leste de São Paulo. A descoberta foi feita por fiscais do Ministério Público do Trabalho e da Receita Federal.

Segundo os fiscais, as condições de trabalho oferecidas na oficina eram precárias. Extintores foram encontrados com as datas de validade vencidas e grande parte da fiação do lugar estava exposta. Um caderno de anotações indica que os bolivianos eram obrigados a pagarem aos patrões, pela viagem.

Entre as roupas apreendidas estavam presentes grifes e marcas famosas, que serão multadas em mais de um milhão de reais, pelo ocorrido.

A imigração e contratação ilegal de bolivianos, bem como de outros trabalhadores da América do Sul é uma prática recorrente, no Brasil, que funciona, infelizmente, nos mesmos moldes das ocorridas nos Estados Unidos. Tais trabalhadores são recrutados por “coiotes”, que oferecem trabalho, moradia e um salário que pode variar dos 300 aos 400 reais, mensais. O problema começa quando o imigrante chega ao Brasil. Expostos à jornadas que passam das 16 horas diárias, em confecções de roupas pelos bairros do Brás, Bom Retiro e Pari, os trabalhadores são jogados em ambientes fechados, sem janelas e com pouquíssima luz.

Para garantir que os imigrantes não fujam, os donos das confecções chegam a trancar as portas e ameaçam chamar a Polícia Federal. Sem dinheiro e ilegais no país, eles são obrigados a morar nas próprias fábricas, ou se dirigirem para quitinetes e favelas, onde seus costumes e modo de vida se chocam com os da população local.

O governo brasileiro, em parceria com o boliviano, estabeleceu um acordo para a legalização de todos os imigrantes que chegaram ao país antes do último mês de agosto, e que sofrem com a falta de direito trabalhista. Contudo, a “taxa de adesão” do acordo, de cerca de R$ 1.200 reais, por pessoa, têm afastado a população de estrangeiros e impossibilitado sua regularização, no Brasil. Um acordo com premissas mais econômicas do que humanas, que está sendo combatido, através de abaixo-assinados para o governo, mas que, ainda, não surtiram resultados.

Enquanto isso, bolivianos, paraguaios, peruanos, etc, continuam expostos a condições de trabalho deploráveis, sem qualquer auxílio ou direito prestado à eles.

 

 

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